No chat de hoje do curso Jornalismo 2.0 do Centro Knight at Austin, da Universidade do Texas, uma das discussões versou sobre a utilização de recursos da internet ara se fazer uma boa reportagem. Foram citados sites e conteúdos, entre eles MSN, Orkut, Twitter, Google e outros instrumentos de pesquisa da vida alheia e dos assuntos de utilidade pública.
Deixo aqui a minha opinião sore o assunto após ter atuado por dez anos como repórter dos três maiores jornais de Belém do Pará.
A realidade das redações, pelo que vejo não só na capital paraense, mas também em outros Estados do Brasil, é de falta de infraestrutura que permita o deslocamento do repórter até a fonte na maior parte das vezes. Seja por falta de veículos, seja por falta de tempo ou até mesmo pelo acúmulo de três ou quatro pautas por dia, o que com certeza, para muitos jornalistas coerentes, seria motivo suficiente para admitir que tal cotidiano compromete a qualidade do produto final: a reportagem.
Mas como jornal impresso diário é sempre uma corrida contra o relógio - e adianto que não vou ater-me somente a esse tipo de veículo - vamos deixar as dificuldades de lado e voltar a falar do que realmente interessa.
Nesse contexto, onde nem sempre as redações dão condições para o repórter fazer ligações para celular ou até mesmo interurbanas, caem do céu recursos mais acessíveis como a internet. O MSN e email são dois instrumentos que muitas vezes ajudaram-me a não deixar que a pauta "caísse".
Se utilizados com responsabilidade e ética, tais recursos podem ser de muita serventia e até embasar toda uma entrevista. É claro que há situações em que nada substitui o olho no olho, mas para muitas ocasiões, em nada uma matéria é comprometida se foi feita por telefone, email ou até mesmo MSN.
Uma colega de curso citou uma revista que publicou uma matéria feita exclusivamente com dados de um personagem do Orkut. Se foi checado e tudo confirmado, ok. Mas se apenas foram "chupadas"as informações que sequer sabe-se serem fakes ou não, aí o negócio é complicado...
Na internet, cabe ainda os recursos multimídia, que enriquecem o conteúdo e ajudam o leitor a também ver e ouvir com os olhos do repórter...literalmente. Se o meio é eletrônico, os atrativos são maiores. Mas é claro que cda veículo terá sempre seu público cativo.
Na medida, cabe o bom senso. E o caráter do jornalista, que deve ter sempre o compromisso com a verdade. Isso é básico. Coisa que se aprende com os grandes mestres e se reforça no exercício diário da profissão.
Paris : Deux hommes mis en examen pour le meurtre d’une figure du banditisme
-
Deux hommes sont soupçonnés d’avoir étranglé et frappé à mort une figure du
banditisme parisien le 20 novembre dans le XXe arrondissement
Há 7 horas
Oi, Eva!
ResponderExcluirConcordo que Orkut pode ser útil em uma apuração -- mas, infelizmente, essa prática parece um pouco "descompromissada", e o produto final acaba não contribuindo muito. Expliquei melhor o que eu acho do jornalismo de orkut em um dos fóruns.
Particularmente não utilizo o orkut como meio de apuração. Mas se há jornalistas que o fazem com responsabilidade, essa é uma ferramenta útil e, por que não, que tem seu valor. Quando eu trabalhava como repórter em um grande jornal local, um editor dizia que não era necessário fazer ligações para celular porque na época dele não existia celular. É o mesmo que dizer que não precisa-se de rotativas de última geração porque já existem os linotipos. Tudo o que existe na blogosfera, ou melhor, muita coisa, tem valor jornalístico sim. Basta saber usar com moderação.
ResponderExcluir